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A CONTRATRANSFERÊNCIA NO SETTING ANALÍTICO

Resumo: Neste artigo deseja-se trafegar sobre o conceito de contratransferência na clínica psicanalítica, considerando-se num primeiro momento o conceito de transferência e sua dinâmica. Para tanto, parte-se de Freud, passando por Sàndor Ferenczi, Etchegoyen, Laplanche e Pontalis, Isolan, Zimerman, dentre outros autores, confluindo para o pensamento de Ana Paula Heiman e sua contribuição na redefinição do processo psicanalítico.

 

Tratar da contratransferência no setting analítico, com certa clareza, requer uma breve conceituação do que significa o Setting Analítico.

Inicialmente o setting tem a ver com os dois integrantes do processo analítico: o analista e o paciente, sendo um espaço que se instaura para propiciar a estruturação simbólica dos processos subjetivos inconscientes, reunindo as condições técnicas para a intervenção psicanalítica. Seus elementos organizadores serão: o espaço físico de atuação, o contrato estabelecido assim como os princípios da própria relação transferencial e contratransferencial estabelecida entre o par analítico.

            Para Zimerman (1999), o setting se conceitua como “a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o processo psicanalítico” (p.301). Etchegoyen (1989) entende que o setting é um marco que circunscreve o início do processo pelo qual será construído a cada nova sessão. Afirma ainda que suas delimitações estão ligadas, também, às questões éticas da profissão, o que assegura o terapeuta, reafirmando-o em sua posição. Tanto os autores supracitados quanto Eizerik (1989) entendem que o terapeuta funciona como uma espécie de guardião  do setting para que ele possa permanecer auxiliando na terapia ao longo de todo o processo.

Não apenas o analista, também o paciente tem “funções” específicas no processo terapêutico uma vez que as responsabilidades e os comprometimentos de ambos, frente ao tratamento, também são fatores constitutivos do setting analítico.

            O setting possibilitará a instauração e a especificidade dos papéis do par analítico.  Zimerman (1999) considera que as funções do setting devem “normatizar, delimitar, estabelecer a assimetria e a não-similaridade” (p.298), e acrescenta que tudo o que compõe o setting deve ser preservado, contudo, não por uma rigidez que atrapalhe o tratamento, mas por uma firmeza que o preserve e por aquilo que Ferenczi tratará em 1927 no artigo “Elasticidade da técnica psicanalítica”, referindo-se a uma “elasticidade” que o adeque às necessidades da realidade.

Finalmente, o setting é também um conceito psicológico que inclui uma visão do que acontece dentro dele de modo diferente do que acontece fora, se constitui, portanto como um objeto internalizado, estreitamente ligado ao vértice e à função analítica. Será uma espécie de moldura, e dentro desta moldura é que se desenhará em infinitas direções, o encontro de duas mentes, a do analista e a de seu analisando, numa necessária aliança terapêutica tendo como fim um bom prognóstico psicoterápico. Nesse ambiente, desenrola-se um drama real, intenso e tenso, numa relação profundamente humana e de caráter transformador (Migliavacca, 2008). Por isso, no conceito de setting se inclui a consideração do que acontece dentro como sendo diverso de tudo que acontece fora dele, portanto, precisa ser preservado, e ter o analista, como anteriormente foi citado, como uma espécie o guardião.

 

Breve abordagem sobre o conceito de transferência:

 

             Será no setting analítico que se entoará, como na belíssima sinfonia  de Vivaldi: As quatro Estações, toda uma demanda de conteúdos transferenciais, assim, é mister fazer uma breve referência ao que se entende por transferência uma vez que a contratransferência é também parte do amálgama transferencial.

            A transferência é o principal conceito da clínica psicanalítica, Freud chamava de neurose de transferência, todas as manifestações que o paciente tinha em relação ao analista.      No entanto, o termo não é próprio do vocabulário psicanalítico e está presente em diversas realidades com seus sentidos próprios implicando sempre “uma ideia de deslocamento, de transporte, de substituição de um lugar para outro, sem que essa operação afete a integridade do objeto” Roudinesco (1997/1998, p.767).

Na sua definição clássica, transferência é um termo que designa o processo pelo qual o paciente revive e reatualiza no relacionamento com o analista, experiências emocionais vividas originalmente nas relações com os pais, sem disso se dar conta. É, portanto, uma revivência de protótipos infantis, de caráter inconsciente, sentidos como atuais e que podem ser desvendados no processo analítico (Freud, 1911/1978).

            A partir do tratamento de pacientes histéricas é que Freud apresenta o conceito psicanalítico de transferência (1895/2006a) no capítulo 4 do texto “Estudos sobre a histeria”. Nesse estudo o termo transferência (Übertragung) foi definido como uma das possíveis formas de resistência na psicoterapia, entendendo-se que essas pacientes, inconscientemente transferiam para a figura do analista afetos inconscientes e originalmente vinculados à figura de outra pessoa de importância de seu passado. Freud denominou essa transferência de “falsa ligação” (Freud, 1895/2006a, p. 313).

            A transferência foi entendida inicialmente como resistência e como sendo parte do mecanismo de defesa que aliada ao sintoma, impede o rememorar das representações inconscientes aflitivas e se vinculam ao analista “quando a relação entre paciente e o médico é perturbada e constitui o pior obstáculo com que podemos deparar” (Freud, 1895/2006a, p.312). Esses obstáculos, segundo Freud (1895/2006),  podem ser superados pela mudança de postura do analista apontando que “Além das motivações intelectuais que mobilizamos para superar a resistência, há um fator afetivo, a influência pessoal do médico, que raramente podemos dispensar, e em diversos casos só este último fator está em condições de eliminar a resistência” (p.296)

            Assim, no texto “Estudos sobre a histeria”, Freud (1895/2006a) cita o empenho e a cordialidade como fatores afetivos na conduta do médico que podem influenciar positivamente o paciente e auxiliar no manejo da transferência. Tal observação de Freud evidencia a importância da postura do analista no manejo da transferência e resistências relativas à situação transferencial. Mais tarde, esses dois aspectos são entendidos como atitude benevolente e considerados como componentes da contratransferência positiva (Lagache 1980/1990).

Por volta de 1909 Freud já não mais percebe a transferência apenas enquanto resistência ou obstáculo para a análise mas também enquanto processo constitutivo do tratamento psicanalítico.

Em “A dinâmica da transferência” (1912/2006c), Freud trará uma noção de transferência mais burilada abrangendo outros contextos além da clínica analítica, agora entendida como a forma de investir afetivamente nas relações. Nesse mesmo texto, o autor considera a maneira de relacionar-se com os objetos de amor como repetições estereotipadas, criadas na relação com o primeiro objeto de amor.  Explica que se a necessidade de amar de algum indivíduo não é totalmente satisfeita pela realidade, ele irá se aproximar de cada pessoa que conhecer inclusive o médico. Por isso, para ele, a transferência é um dos elementos fundamentais para caracterizar o método de tratamento psicanalítico uma vez que a transferência se deve à neurose (Bartolomei, 2008)

No texto supracitado, inclusive o primeiro dedicado exclusivamente a essa questão, Freud distinguirá a transferência positiva, da negativa; a primeira feita de amor e ternura enquanto que a segunda de sentimentos hostis e agressivos. Acrescenta a estas, as transferências mistas que produzem sentimentos ambivalentes da criança em relação aos pais. Em 1920 na obra “Mais além do princípio de prazer”, Freud, observando o caráter repetitivo da transferência constatou que essa repetição sempre se referia a fragmentos da vida sexual infantil, ligou a transferência ao complexo de Édipo e concluiu que a neurose original era substituída, na análise, por uma neurose artificial a qual nominou de “neurose de transferência”. (Roudinesco 1997/1998, p767)

No processo transferencial toda uma série de experiências psíquicas anteriores é revivida, não como algo do passado mas como um vínculo atual com a pessoa do analista. Quando os conteúdos transferenciais são negativos ou mistos dificultam o trabalho terapêutico e necessitam de manejo, por outro lado quando são positivos corroboram com o bom andamento do trabalho terapêutico. Algumas transferências são simples reimpressões, reedições inalteradas. Outras se fazem com mais arte: passam por uma moderação do seu conteúdo, uma sublimação. São, por tanto, edições revistas, e não mais reimpressões. (Freud, 1969. v. 7, p. 109-19)

Historicamente, a noção de transferência assumiu a centralidade do processo psicanalítico, particularmente com o abandono da hipnose, da sugestão e da catarse pela psicanálise (Roudinesco, 1997/1998). Diversos autores abordarão o tema, por exemplo: A importância do processo transferencial é destacada  por Bion em Cogitações (1971), quando  afirma que: “A suprema importância da transferência reside em seu uso na prática da psicanálise. Ela está disponível à observação por analisandos e analistas. Nesse aspecto é única – essa é a sua força e sua fraqueza; a sua força porque o ´fato` está disponível às duas pessoas e, portanto, passível de ser discutido por elas; sua fraqueza, porque o fato é inefável e não pode ser discutido por mais ninguém”.

Priscila F.P.Robert, em seu artigo sobre “Agressividade e transferência na clínica psicanalítica: de Freud a Winnicott” entenderá que tanto a resistência quanto a transferência são mecanismos de defesa imprescindíveis para a realização do tratamento. Sem elas, não há psicanálise. Uma aparece na tentativa de encobrir e se defender de lembranças dolorosas, a outra como a repetição de uma relação objetal passada, e as duas trazem consigo pilares fundamentais com material riquíssimo. Uma vez que, para que a transferência adquira contornos de resistência é necessário o suporte da transferência afetuosa. (Robert, s.d)

Segundo Laplanche e Pontalis (2001), a transferência é entendida como: O processo pelo qual desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com eles e, eminentemente, no quadro da situação analítica. Trata-se aqui de uma repetição de modelo infantil vivido com um sentimento de atualidade acentuada.

“Freud postula que o paciente não recorda coisa alguma do que esqueceu e reprimiu, mas expressa-o pela atuação, ou seja, ele reproduz o reprimido não como uma lembrança, mas como uma ação repetitiva e inconsciente.” (Isolan, 2005)

            Sàndor Ferenczi, desde 1909 observou que a transferência existia em todas as relações humanas, contudo, na análise, inconscientemente, o paciente coloca o terapeuta numa posição parental. (Roudinesco, 1997/1998)

Freud observa que: “Cada associação isolada, cada ato da pessoa em tratamento tem de levar em conta a resistência e representa uma conciliação entre as forças que estão lutando no sentido do restabelecimento e as que se lhe opõe, já descritas por mim.” (Freud, 1912, p. 115). Segundo Robert (s.d,), a coexistência das transferências positivas e negativas são a condição para o tratamento psicanalítico. Freud aponta que nas psiconeuroses, sentimentos afetuosos e hostis, conscientes e inconscientes ocorrem lado a lado e são dirigidos simultaneamente para a mesma pessoa. Assim, repetir, resistir e elaborar são trabalhos que ocorrem neste espaço que engloba a dimensão da ambivalência.

 

Contratransferência, esboço da instauração e desdobramento do Conceito em Sigmund Freud:

 

Freud não deixou um estudo sistematizado sobre a contratransferência, apesar de ter reconhecido a sua existência e a necessidade de mantê-la sob rigoroso controle, a fim de evitar os seus perigos.  Seu primeiro registro pode ser encontrado em uma carta que dirigiu a seu discípulo Carl Gustav Jung

O conceito de contratransferência surge em 1910 entendido enquanto uma reação do analista provocada pela transferência do paciente, e, como tal, algo a ser superado ou ultrapassado para que o analista volte a trabalhar em condições adequadas, Castro (2005). No trabalho de 1912, Freud conclui que o médico tenta compelir o paciente a ajustar seus impulsos emocionais ao nexo do tratamento e da história de sua vida, submetendo-os à consideração intelectual e a compreendê-los à luz de seus valores psíquicos. E que “esta luta, entre o médico e o paciente, entre o intelecto e a vida instintual, entre a compreensão e a procura da ação, é travada, quase exclusivamente nos fenômenos das transferências”.

Segundo Isolan (2005), a contratransferência inicialmente passou pelas mesmas vicissitudes da transferência, sendo vista como uma manifestação indesejável no tratamento.

Segundo Laplanche e Pontalis (2001) o fenômeno da contratransferência se ampliou depois de Freud, principalmente a medida em que o tratamento foi sendo compreendido enquanto uma relação e também com a expansão da psicanálise a novos campos, a análise de pacientes psicóticos e de crianças, onde as reações inconscientes do analista podiam ser mais solicitadas.

De acordo com Isolan (2005), como na transferência, a primeira reação de Freud foi sentir a contratransferência como algo inadequado, um obstáculo a ser evitado. Diz ele que "nos sentimos quase inclinados a insistir em que ele deve reconhecer esta contratransferência existente em si mesmo e superá-la". (Freud, 1969, p.125-36)

A medida em que a contratransferência foi sendo desinvestida de seu caráter inicial, como sendo algo que deveria, de todo ser superada, diversos autores foram se empenhando numa busca de entendimento mais aprimorado sobre esse fenômeno, inclusive dada sua incidência no processo de análise entre pares.

            No entanto, na construção do conceito, Freud inscreveu uma dualidade que se mantém observando-se seu entendimento enquanto algo importante da relação transferencial, mas uma barreira a ser transposta. A partir dessa dualidade no conceito surgem duas perspectivas sobre o tema: a clássica que entende a contratransferência como obstáculo e resistência inconsciente do analista para as associações livres e o prosseguimento da análise e a contemporânea que entende a contratransferência como aliada ao processo terapêutico (Leitão, 2003). 

Para Freud, deve existir o controle das reações contratransferenciais do analista frente ao paciente, contudo, a receptividade aos conteúdos transferenciais, aos elementos inconscientes do paciente, não são, entretanto, algo a ser evitado.  Ao escrever o artigo “Recomendações aos médicos que exercem a psicanálise”, Freud observa que o inconsciente do analista é uma das principais ferramentas para a investigação do psiquismo do paciente (1912/2006d). O analista deve ajustar-se ao paciente como um receptor telefônico se ajusta ao microfone transmissor. Assim como o receptor transforma de novo em ondas sonoras as oscilações elétricas na linha telefônica, que foram criadas por ondas sonoras, da mesma maneira o inconsciente do médico é capaz, a partir dos derivados do inconsciente que lhe são comunicados, de reconstruir esse inconsciente, que determinou as associações livres do paciente (Freud, 1912/2006d, p.129). Com isso Freud estabelece a importância crucial do inconsciente, enquanto um receptor, na investigação analítica do psiquismo do paciente tornando-se uma ferramenta de captação na escuta do paciente, ou melhor, na captação da fala inconsciente. Essa recepção será possível a partir da capacidade do analista de permanecer em sintonia com o paciente e evitar interferências na transmissão. Essa sintonia permitirá a recepção da comunicação inconsciente a que deverá ser modulada de comunicação transferencial e inconsciente em comunicação verbal e consciente. A construção da comunicação inconsciente em fala irá permitir a reconstrução das fantasias inconscientes comunicadas pelo paciente ao analista via transferência. Do mesmo modo que o inconsciente do analista poderá ser um receptor do conteúdo transferencial do analisando, pode também interferir e provocar reações, também inconscientes, no paciente (Freud, 1915/2006g). Esse entendimento corrobora com a necessidade da manutenção do tripé psicanalítico: Análise Pessoal, Conhecimento Teórico e Supervisão Clínica.

 

 

A Contratransferência sob nova perspectiva:

 

No tópico anterior percebe-se o mérito de Freud na conceituação do fenômeno da contratransferência, descoberto dois anos antes por Sàndor Ferenczi, quando, explicava a seu interlocutor, numa certa ocasião, sua tendência em considerar os assuntos do paciente como seus próprios. Freud conceitua essa noção, fazendo dela um elemento essencial na situação analítica. A partir de sua conceituação e consideração sobre o termo, naturalmente foram surgindo outros entendimentos dada a centralidade do tema à psicanálise.

Referente a noção de dualidade no tocante ao conceito, inscrita por Freud e citada no tópico anterior, Leitão(2003) aponta que procederam correntes divergentes que foram sistematizadas por Kernberg (1985), Jacobs (1999), comportado duas abordagens sobre o tema: a perspectiva clássica, destacando-se  como expoentes principais: Reich, Glover, Fliess e, com algumas reservas, Gitelson;   e oposta a ela, a perspectiva contemporânea na qual  destacam-se como autores principais: Cohen, Fromm-Reichmann, Heimann, Racker, Weigert, Winnicott e, em parte, Thompson. (Leitão, 2003).  Este mesmo autor, cita que Louise de Urtubey (1994, cit. in Duparc, 2001) propõe uma organização teórica que discrimina quatro grupos principais de teorias. O primeiro correspondendo às teorias clássicas onde a contratransferência é vista com incredulidade e considerada como um resíduo não analisado do analista e que deve ser controlado através da neutralidade e do silêncio. Aqui destacam-se os autores: Glover, Numberg, Ida Macalpine, Annie Reich, Robert Fliess, Greenson, Schafer e Sandler. O segundo, no qual a contratransferência é vista como a totalidade das emoções e sentimentos que o paciente faz surgir no analista e que estas permitem-lhe compreender o paciente. Os seus protagonistas, para além de Ferenczi, são maioritariamente autores britânicos, tais como: Strachey, Balints, Winnicott, Bion, Searles e, em particular, Grinberg (Leitão, 2003).

O terceiro grupo é o da teoria da contratransferência neurótica mas útil, que enfatiza a auto-análise como um fator essencial no processo analítico. Louise de Urtubey deu exemplo de autores como: Margaret Little, Harold Searles e Pontalis. O quarto grupo é o preferido da autora e, segundo esta, é composto em  maioria por autores franceses e  da América do Sul da atualidade que consideram a contratransferência enquanto um componente do campo analítico, não sendo entendida como  um problema  ou algo que deve ser, de imediato, submetido a auto-análise, mas que serve para compreender a situação analítica. Neste entendimento, a transferência e a contratransferência são elementos que constituem uma unidade, um processo de trabalho que deve ser levado a cabo em conjunto (Leitão, 2003).

            Considerando as distintas abordagens supracitadas desde Freud, e que por vezes se distinguem, se somam, se entrecruzam, percebe-se que a terapêutica analítica cria exigências aparentemente contraditórias para o analista (Ferenczi, 1919/1992b), pedindo que ele se torne receptor e receptáculo dos elementos inconscientes do paciente, deixando seu próprio inconsciente tomar livre rumo na reconstrução desse psiquismo (Freud, 1912/2006d; Ferenczi, 1928/1992c) e, ao mesmo tempo, exige o domínio absoluto e a construção de uma máscara sobre os processos contratransferenciais com uma postura autorrestritiva no contexto analítico (Freud, 1910/2006b, 1915/2006g)

Ferenczi, membro do grupo mais íntimo de Freud sendo um dos integrantes do círculo dos sete anéis, foi o precursor da perspectiva contemporânea sobre a contratransferência (Lagache, 1980/1990), apresenta uma compreensão técnica diferenciada sobre o uso da relação transferencial na clínica analítica. Ele abordou de forma diferenciada o uso da contratransferência em contexto clínico e sua posição vanguardista é decorrente de seu trabalho com pacientes em quadros clínicos graves, experiência clínica evitada por Freud ao considerar analisável apenas restrito grupo de psicopatologias de cunho neurótico. As experiências clínicas de Ferenczi levaram-no a dar maior destaque à sensibilidade do analista, às suas reações contratransferenciais e à sua postura em contexto clínico entendendo a benevolência como um dos aspectos da compreensão que o analista oferece ao paciente e, portanto, a forma mais adequada para usar a contratransferência (Ferenczi, 1928/1992c), a qual deve apenas servir para adequar-se ao paciente com a finalidade de evitar a repetição de um trauma infantil com uma postura muito rígida ou distante (Ferenczi, 1919/1992b).

De acordo com Ferenczi (1933/1992f), o mascarar de certos sentimentos contratransferenciais do analista gera insensibilidade, a qual se configura como defesa e resistência quanto aos afetos mobilizados nessa relação (Zambelli,2013). Assim, a postura de neutralidade levada ao extremo caracteriza a “hipocrisia profissional” (Ferenczi, 1933/1992f, p. 99) justamente por envolver o recalque de sentimentos contratransferenciais difíceis de serem suportados. Logo, a contratransferência nem sempre precisa ser dominada ou mascarada, pois ao ser ocultada pode inibir o processo de atenção equiflutuante e facilitar atuações contratransferenciais (Zambelli, 2013). Dessa forma, a abertura mental do analista aos seus próprios sentimentos torna-se elemento essencial para a escuta e compreensão empática do paciente (Ferenczi, 1919, citado por Jacobs, 2002). Apesar de Ferenczi (1930/1992d, 1969/1990) ser a favor do uso da contratransferência em contexto clínico, ele deixa clara a importância de o analista ser autêntico com seus afetos e define essa sinceridade como o modo analítico de lidar com os próprios afetos. Os sentimentos do analista, quando expostos, devem sê-lo de forma objetiva, levando em consideração as possibilidades da relação transferencial e a capacidade egoica do analisando (Ferenczi, 1928/1992c).

Para ser possível ao analista adequar o manejo analítico à relação transferencial, Ferenczi afirma serem essenciais dois aspectos da contratransferência do analista: o (Einfühlung) “sentir com”, ou empatia, entendido enquanto a sensibilidade do analista (Ferenczi, 1928/1992c, p. 27) e o tato psicológico. A faculdade de “sentir com” (Einfühlung) tem a finalidade de permitir ao analista compreensão mais profunda das reações emocionais do paciente, as quais nem sempre são expressas por meio de palavras (Ferenczi, 1928/1992c, p. 27). O tato psicológico, por sua vez, pode ser compreendido como a capacidade do analista de saber o que, quando e como comunicar ou deixar de comunicar algo ao paciente (Ferenczi, 1928/1992c), além de quando o material coletado é suficiente para elaborar interpretações (Zambelli, 2013). Em outras palavras, ter a sabedoria advinda do conhecimento técnico e de suas experiências clínicas para o manejo adequado da transferência e da contratransferência em contexto analítico (Ferenczi, 1928/1992c).

 De acordo com Zambelli, para Ferenczi (1928/1992c), a possibilidade de antecipar os movimentos psíquicos do paciente seria o indicador de quais interpretações formular e quais não formular, uma vez que realizar interpretações sem levar em consideração a possibilidade de o paciente suportá-las é atuação contratransferencial. Dessa forma, a empatia com o paciente e o uso adequado da contratransferência constituem importantes ferramentas do manejo clínico justamente por possibilitarem prever certas reações transferenciais e evitar agir, sem levar em consideração as possibilidades do paciente e da situação transferencial. Portanto, o conhecimento empático é fundamental em toda análise, principalmente em situações de regressão a estados primitivos do desenvolvimento emocional (Zambelli, 2013). Nesses casos a mudança no manejo transferencial torna-se necessária, ainda mais quando comparado ao manejo de casos de pacientes neuróticos e não regredidos (Winnicott, 1945/2000a).

Leitão observa que mesmo sendo uma tarefa difícil manejar os próprios sentimentos inconscientes durante a análise, a perspectiva contemporânea sobre a noção de contratransferência entende esse conflito como parte da análise abrindo a possibilidade de ser entendida e utilizada como instrumento analítico ao possibilitar a compreensão da relação transferencial e do psiquismo do paciente (Leitão, 2003).

 

A contribuição de Ana Paula Heimann na redefinição do processo analítico:

 

Além de Ferenczi, conforme Zambelli (2013), outra precursora do uso mais abrangente da contratransferência foi Paula Heimann, discípula e analisanda de Melanie Klein, que por sua vez foi analisanda de Sàndor Ferenczi. Importante destacar que Heimann lançou as bases da utilização analítica da contratransferência (Matos, 1978, p.32)

            Zambelli cita que com seu artigo de 1950, Heimann criou um marco na história da psicanálise ao gerar mudanças significativas no movimento psicanalítico por introduzir o conceito de contratransferência enquanto instrumento clínico (Oliveira, 1994). Antes da apresentação do artigo de Heimann, o fenômeno contratransferencial era compreendido de forma dominante na psicanálise como um problema a ser resolvido, uma dificuldade técnica a ser evitada pelo analista. Essa visão da contratransferência enquanto problema foi notada por Heimann em analistas em supervisão com ela. Esses analistas, segundo Heimann (1950/1995), por medo e culpa de apresentarem sentimentos em relação ao paciente, apresentavam postura de desapego e reação de frieza emocional na tentativa de evitar a contratransferência (Zambelli, 2013).

Diante da realidade supracitada, Heimann (1950/1995) apresenta posição diferenciada a respeito do conceito de contratransferência na clínica psicanalítica com o intuito de tirar o estigma predominante de analista desapegado que não deve possuir sentimentos em relação ao paciente. De acordo com ela, cita Zambelli, a diferença entre a relação analítica e as outras relações afetivas não está na presença de sentimentos e afetos em apenas uma das partes, mas sim na forma como esses sentimentos são vivenciados na relação e no uso que é feito desses sentimentos e afetos (Zambelli, 2013). A partir dessa nova percepção, a relação analítica deixa de ser predominantemente considerada como unilateral para ser compreendida como bilateral (Racker, 1953/1982), ou seja, uma relação entre duas pessoas (Heimann, 1950/1995). Portanto, a individualidade do analista, seus sentimentos e sua contratransferência são aspectos participantes dessa relação. Ao abordar mais especificamente o conceito de contratransferência, Heimann (1950/1995) lembra que o prefixo “contra” engloba outros fatores além da ideia de oposição (Zambelli, 2013).

            Em sua tese principal, afirma que a contratransferência constitui-se como a totalidade das respostas emocionais do analista em relação ao seu paciente. Assim, o analista é visto, pela autora, como um recipiente de projeções, as quais devem ser contidas e dominadas com a finalidade de não levar o analista à atuação contratransferencial. Se o ego do analista é suficientemente capaz de tolerar tais sentimentos sem evitá-los ou julgá-los, ele poderá compreender e acompanhar os movimentos internos e fantasias inconscientes do paciente (Zambelli, 2013). Assim, a contratransferência torna-se a contrapartida da transferência abrindo espaço para um novo pensar sobre a relação analítica, na qual a contratransferência pode ser compreendida como parte da comunicação afetiva e inconsciente da relação transferencial.  Heimann evidenciou a necessidade premente de o analista consultar a sua resposta emocional como chave para aceder ao inconsciente do paciente (Leitão, 2003)

Portanto, a possibilidade de o analista sustentar os afetos transferidos do paciente para depois analisá-los enriquece sua capacidade interpretativa (Heimann, 1950/1995). Analistas que ignoram ou suprimem seus sentimentos contratransferenciais devido ao medo ou concepções errôneas tendem a apresentar interpretações pobres e superficiais (Heimann, 1950/1995). Para que isso não ocorra, entretanto, é preciso aceitar os sentimentos em relação ao paciente por mais perturbadores que possam apresentar-se na mente do analista (Zambelli, 2013).

            Ao utilizar o conceito de identificação projetiva, no sentido de Melanie Klein, Heimann enfatizou, como nenhum outro autor, o valor positivo da contratransferência como ajuda diagnóstica essencial (Thomã e Kächele, 1989). Assim, observa Leitão (2003), a contratransferência foi postulada enquanto um instrumento de investigação para processos inconscientes do paciente (Heimann, 1949,p.81).

            Uma vez que se entende, de acordo com as disposições apresentadas acima, que a contratransferência tem seu valor positivo e pode ser usada enquanto instrumento de investigação diagnóstica não há mais porque entende-la apenas enquanto a algo a ser evitado.

 

Considerações sobre o preposto:

 

Percebe-se que o conceito de contratransferência sofreu processo semelhante ao de transferência.  A transferência, inicialmente foi vista por Freud enquanto um mecanismo de defesa, em função do funcionamento sintomático e a favor da resistência, que causava interferências na relação analítica sendo vista como uma manifestação indesejável no tratamento a ponto de ter de ser superada via manejo do analista. Mais adiante será entendida por Freud não apenas enquanto resistência ou obstáculo para a análise mas também enquanto processo constitutivo do tratamento psicanalítico, um dos elementos fundamentais para caracterizar o método de tratamento psicanalítico, uma vez que a transferência se deve à neurose. A transferência será classificada enquanto positiva ou negativa, contudo a coexistência de ambas será condição para o tratamento psicanalítico.

A construção do conceito de contratransferência surge na psicanálise com marca semelhante, inicialmente entendido apenas como um mecanismo de resistência do analista em função de aspectos infantis recalcados e não elaborados, causando interferência na escuta analítica e na sintonia entre analista e paciente, portanto, um problema a ser resolvido. Posteriormente, Freud já percebendo o valor da contratransferência e, mesmo recomendando o analista a voltar seu próprio inconsciente como um órgão receptor para o inconsciente transmissor do paciente, não deixa de inscrever-lhe uma dualidade que se manterá e propiciará o surgimento de duas perspectivas em relação ao conceito: a clássica e a contemporânea. A perspectiva clássica entenderá a constratransferência enquanto algo importante da relação transferencial, mas como obstáculo e resistência inconsciente do analista para as associações livres e o prosseguimento da análise e por isso, uma barreira a ser transposta. A perspectiva contemporânea, entenderá a contratransferência como aliada ao processo terapêutico.

Contemporâneo a Freud, e entendido como o precursor da perspectiva contemporânea sobre a contratransferência, a partir de suas experiências clínicas, Sàndor Ferenczi apresenta uma compreensão técnica diferenciada sobre o uso da relação transferencial na clínica analítica. No tocante às reações contratransferenciais entende que devem servir apenas para se adequar ao paciente a fim de evitar a rigidez e distanciamento capaz de provocar a repetição de um trauma infantil. Postula a importância da sensibilidade e da benevolência como um dos aspectos da compreensão que o analista oferece ao paciente. Ferenczi entenderá que a postura de neutralidade não deve ser levada ao extremo, oferecendo assim a relevância de  uma postura flexível. A abertura mental do analista aos seus próprios sentimentos torna-se elemento essencial para a escuta e compreensão empática do paciente. Para ser possível ao analista adequar o manejo analítico à relação transferencial, Ferenczi observa que a contratransferência do analista deve ser empática e acompanhada de um tato. Empática enquanto um “sentir com”, entendido como a sensibilidade do analista e que permitirá uma compreensão mais profunda das reações emocionais do paciente, as quais nem sempre são expressas por meio de palavras. O tato psicológico, enquanto a capacidade do analista de saber o que, quando e como comunicar ou deixar de comunicar algo ao paciente. Entenderá que essas ações devem ser acompanhadas da sabedoria advinda do conhecimento técnico e de suas experiências clínicas para o manejo adequado da transferência e da contratransferência em contexto analítico, possibilitando assim, prever certas reações transferenciais, e evitar agir sem levar em consideração as possibilidades do paciente e da situação transferencial.

Paula Heimann levará adiante essa concepção uma vez que lança as bases da utilização analítica da contratransferência criando um marco na história da psicanálise ao gerar mudanças significativas no movimento psicanalítico, por introduzir o conceito de contratransferência enquanto instrumento clínico. Ao utilizar o conceito de identificação projetiva, no sentido de Melanie Klein, Heimann enfatiza, como nenhum outro autor, o valor positivo da contratransferência como ajuda diagnóstica essencial. 

Acompanhando psicanalistas em supervisão, percebe que por medo e culpa de apresentarem sentimentos em relação aos seus pacientes, os analistas mantinham diante deles uma postura de desapego e de frieza emocional, na tentativa de evitar a contratransferência, por entenderem-na como algo a ser evitado.

A partir desta constatação, Heimann apresenta uma posição diferenciada a respeito do conceito de contratransferência na clínica psicanalítica com o intuito de tirar o estigma predominante de analista que não deve possuir sentimentos em relação ao paciente. Traz o entendimento de que a diferença entre a relação analítica e as outras relações afetivas está na forma como esses sentimentos são vivenciados na relação, e no uso que é feito desses sentimentos e afetos; observa que a individualidade do analista, seus sentimentos e sua contratransferência são aspectos participantes dessa relação. A partir dessa nova percepção, a relação analítica deixa de ser predominantemente considerada como unilateral para ser compreendida enquanto uma relação entre duas pessoas.

            Em sua tese principal, afirma que a contratransferência constitui-se como a totalidade das respostas emocionais do analista em relação ao seu paciente, o analista é visto como um recipiente de projeções, as quais devem ser contidas e dominadas com a finalidade de não levar o analista à atuação contratransferencial. Se o ego do analista é suficientemente capaz de tolerar tais sentimentos sem evitá-los ou julgá-los, ele poderá compreender e acompanhar os movimentos internos e fantasias inconscientes do paciente, essa possibilidade de o analista sustentar os afetos transferidos do paciente para depois analisá-los, enriquece sua capacidade interpretativa. Assim, a contratransferência torna-se a contrapartida da transferência abrindo espaço para um novo pensar sobre a relação analítica, na qual a contratransferência pode ser compreendida como parte da comunicação afetiva e inconsciente da relação transferencial.  Heimann evidenciou a necessidade premente de o analista consultar a sua resposta emocional como chave para aceder ao inconsciente do paciente.

O setting analítico será a moldura onde esse enquadre transferencial acontecerá, ele que tem sua constituição pela assimetria do par analítico, será o “locus amoenus” onde se dará a construção a cada sessão, desse processo terapêutico que tem como fim, tornar melhor não apenas o paciente mas também o analista.

Certamente na atualidade há psicanalistas que, como os que foram acompanhados por Heimann, assumem uma atitude de frieza diante dos seus pacientes, no setting, não pelo conceito de neutralidade em si, mas pelo medo, ou acautelamento, de se depararem com os fenômenos contratransferenciais. Essa realidade da clínica quotidiana faz com esse tema continue latente e com que se perceba a necessidade de que seja mais trabalhado tanto enquanto conteúdo epistemológico psicanalítico quanto nas supervisões, além de ser considerado com acuidade na própria autoanálise.

O que se percebe com esta explanação é que Freud, além de tratar da belíssima conceituação tanto da transferência quanto da contratransferência, as desdobrou; percebe-se naquele desdobramento, uma evolução primeira do conceito que busca assegurar com riqueza uma prática analítica; a dualidade inscrita por Freud no conceito de contratransferência certamente abriu espaço para novas abordagens. Assim, o que para alguns possa parecer uma dissidência, para outros pode ser entendido enquanto uma progressão conceitual e clínica sem negar as devidas cautelas, também apresentadas por Heimann quanto a atuação contratransferencial.

Considerando-se o caminho até aqui percorrido pode-se inferir que a contratransferência, longe de ser um obstáculo, é possível ferramenta do método analítico uma vez que transferência e contratransferência são realidades que coexistem. Compreendendo-se a contratransferência como o conjunto, a totalidade, de sentimentos do terapeuta em relação ao paciente, mesmo que controlados, observa-se que não será apenas o paciente que virá ao consultório munido de sentimentos, o analista sempre terá algum sentimento em relação ao paciente, mesmo que seja de sutil empatia ou de imperceptível indiferença. O que se destaca, após a abordagem teórica do tema, é a possibilidade de se usar desta ferramenta para o bom prognóstico do processo terapêutico considerando-se sempre, a importância de se estar bem fundado sob o tripé psicanalítico, proposto pelo pai da psicanálise.

A evolução do conceito é percebida, aceitável e entendida num mundo onde todos os conceitos, e mesmo os dogmas, findam por se burilar e ajustar à temporalidade do sujeito, o que não significa negar sua raiz constitutiva.

Observa-se que todos os valores que a epistemologia psicanalítica nos proporciona continuam mantidos enquanto considera-se que o processo evolutivo, enquanto um afloramento fenomenológico,  faz parte da história da humanidade em sua psicodinâmica.  O reposicionar-se, longe de ser uma negativa, é um ajuste comum no processo psicanalítico.

 

 

 

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